Neste artigo, vamos abordar o que é a simultaneidade e porque se tornou, um dos assuntos mais relevantes no setor solar após a Lei 14.300/2022.
Quando vamos instalar um sistema de micro ou minigeração distribuída, a famosa usina solar, precisamos homologar o mesmo junto à concessionária de energia (solicitar o acesso ou orçamento de conexão).
De posse da autorização ou parecer de acesso, partimos para a montagem do sistema.
Após a usina montada e vistoriada pela concessionária, a mesma troca o nosso “relógio” por um bidirecional, ou seja, o nosso “relógio”, passa a medir tanto o que consumimos da rede de distribuição e o que “emprestamos” a rede.
Então o sistema solar, as cargas da casa e a rede da concessionária, trabalham em paralelo, tendo então dois meios de abastecer a nossa casa. Hora a usina solar supre a casa, hora a rede elétrica. Conforme figura abaixo:
![](https://i0.wp.com/blog.luvik.com.br/wp-content/uploads/2023/01/casa-senhor-joao.png?resize=770%2C523&ssl=1)
É aí que entra o fator de simultaneidade, pois quando existe demanda de energia na casa, durante o período de geração da usina, a usina atende esta demanda e o excedente de energia ela “empresta” a rede elétrica da concessionária.
Do mesmo modo, quando existe demanda de energia no momento em que a usina não está gerando, ou não está gerando o suficiente, por algum sombreamento ou chuva, a rede elétrica supre esta necessidade.
![](https://i0.wp.com/blog.luvik.com.br/wp-content/uploads/2023/01/producao-1.png?resize=770%2C428&ssl=1)
Vamos supor que estamos com dois sistemas de energia solar, uma na casa do Senhor João, proprietário da Fábrica de móveis Senhor João e outro em sua fábrica.
Sendo que o Sr. João trabalha com toda sua família na fábrica, portanto sua casa fica vazia durante o dia.
Como foi observado na figura acima, o horário de geração relevante da usina é compreendido entre as 9:00hs e 16:00hs, período em que a casa está vazia.
Então podemos dizer que a energia consumida da usina solar é pouca e quase toda ela é “emprestada” a rede elétrica da concessionária.
Ficando armazenada para o Senhor João compensar a energia que ele usa da rede, nos momentos que a usina solar não está gerando, geralmente nos períodos noturnos.
![](https://i0.wp.com/blog.luvik.com.br/wp-content/uploads/2023/01/producao-2-1.png?resize=708%2C328&ssl=1)
No outro lado, temos a Fábrica do Sr. João, que está prosperando e funcionando a todo vapor no horário comercial, pegando todo o horário de geração da usina solar que o Sr. João também instalou lá.
![](https://i0.wp.com/blog.luvik.com.br/wp-content/uploads/2023/01/grafico-1.png?resize=747%2C424&ssl=1)
Diante destes fatos, a quais conclusões podemos chegar?
A energia gerada pela usina solar da casa do Sr. João, é quase toda “emprestada ou injetada” na rede elétrica da concessionária.
Então em sua residência, Sr. João tem uma parcela maior de energia que a concessionária armazena para ele, serviço este será cobrado segundo as regras da Lei 14.300/22, no momento que esta energia for devolvida ou compensada na Residência. Temos então um baixo fator de simultaneidade.
Já na fábrica, temos um alto consumo, no momento em que a usina solar está gerando. Então a energia emprestada a rede elétrica ou injetada é menor ou seja, um alto fator de simultaneidade.
Este serviço de “armazenamento de energia” prestado pela concessionária é muito importante para o funcionamento do sistema de energia solar e portanto, é necessário e justo, que a concessionária seja remunerada por isto. A remuneração da concessionária é feita pelo pagamento Fio B, que será assunto para um próximo artigo.
Portanto, chegamos a conclusão de que, quanto maior for o Fator de Simultaneidade, menor será o uso da rede de distribuição da concessionária, e portanto, maior o retorno final sobre o investimento.
Neste vídeo simulamos no Luvik, um exemplo de geração com alteração do fator de simultaneidade.
![](https://i0.wp.com/blog.luvik.com.br/wp-content/uploads/2023/01/video.png?resize=770%2C523&ssl=1)
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4 Comments
Gostei muito!
Parabéns 👏👏👏
Obrigado Johnny! Precisando estamos a disposição!
Muito bom o artigo.
Gostaria de saber mais também sobre mercado livre de energia juntamente com geração e consumo de energia solar, considerando a demanda contratada da concessionária.
Obrigado Evandro! Em breve conversaremos sim sobre Mercado Livre! Um abraço!