Muito tem se falado sobre a abertura do Mercado Livre de Energia no Brasil. Mas, você sabe o que realmente esse termo significa?

Nesse artigo queremos explicar como você pode conhecer esse mercado, quais são os requisitos técnicos e as vantagens e desvantagens dessa opção. 

Em resumo, o mercado livre de energia permite que os consumidores escolham de quem comprar a sua eletricidade, sem depender dos valores cobrados pela distribuidora que atende a sua região. É um mercado que promete economia, liberdade e competitividade, mas que também tem seus riscos, complexidades e responsabilidades. Vamos conhecer um pouco mais?

O mercado livre de energia surgiu no Brasil em 1995, com a Lei nº 9.074. Essa lei permitiu a criação de dois ambientes de contratação de energia: o mercado cativo e o mercado livre. 

No mercado cativo os consumidores são atendidos pelas distribuidoras locais e não podem escolher de quem comprar a sua energia elétrica. Essas distribuidoras cobram as tarifas reguladas pelo governo e não oferecem a opção de negociação de preços.

No mercado livre os consumidores podem comprar a energia diretamente das geradoras ou das comercializadoras, que são empresas autorizadas a negociar energia no mercado livre. Nesse mercado, os consumidores podem, através de negociação com diversas empresas do mercado, negociar o melhor preço a ser pago pela energia elétrica consumida. 

Mas, nem sempre é tão fácil migrar para o mercado livre. Essa escolha exige uma série de requisitos técnicos, comerciais e regulatórios que devem ser cumpridos pelos consumidores que querem se aventurar nesse ambiente. Vamos conhecer melhor esses requisitos?

1. Atender à carga mínima instalada e consumo médio mensal:

Os consumidores devem ter uma carga mínima instalada ou um consumo médio mensal acima dos limites estabelecidos pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que é a entidade responsável por regular e fiscalizar o setor elétrico brasileiro.

  • Os consumidores livres devem ter uma carga igual ou superior a 500kW, podendo ser atendidos em qualquer tensão. Os consumidores especiais quando em comunhão de cargas que também devem ser igual ou superior a 500 kW (quilowatts), podem ser atendidos em qualquer tensão e são clientes que só podem negociar energia proveniente de fontes renováveis ou incentivadas, como solar, eólica ou biomassa. 
  • Consumidores com carga abaixo de 500 kW (quilowatts), também podem migrar, mas devem ser atendidos por uma comercializadora varejista.

2. Solicitar a adesão à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica:

Além disso, os consumidores devem solicitar a adesão à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que é a entidade responsável por administrar o mercado livre de energia, realizando o registro, a contabilização e a liquidação das operações de compra e venda de energia. Eles também devem contratar um representante na CCEE para realizar as operações no mercado livre. 

3. Estar conectado à distribuidora ou uma transmissora da sua região:

Os consumidores ainda devem estar conectados à distribuidora ou uma transmissora para prover o acesso à rede elétrica. E os consumidores finalmente devem contratar uma geradora ou uma comercializadora para fornecer a energia contratada.

Como se vê, não é um processo simples nem rápido. É preciso ter paciência e disposição para enfrentar as burocracias e as dificuldades do mercado livre. Mas vale a pena? Quais são as vantagens e desvantagens desse mercado?

Vantagens de aderir ao Mercado Livre de Energia

As vantagens do mercado livre são muitas. A principal delas é a economia, em reais, do valor pago pela energia elétrica. Os consumidores podem obter descontos de até 30% na conta de luz, comparado ao mercado cativo. Isso porque os consumidores podem negociar diretamente as condições de contratação da energia com os fornecedores, como preço, prazo, volume e qualidade. 

Os consumidores também podem fixar o preço da energia por longos períodos, evitando as variações das tarifas reguladas. Os consumidores ainda podem optar por fontes renováveis de energia, como a solar, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para a preservação do meio ambiente.

Existe alguma desvantagem de aderir ao Mercado Livre de Energia?

Existem algumas desvantagens do mercado livre. A principal delas é o risco. Os consumidores estão sujeitos às oscilações do preço da energia no mercado spot (preço à vista), que pode ser influenciado por fatores climáticos, hidrológicos e econômicos. Por exemplo, se houver uma seca que reduza o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas, o preço da energia pode subir muito, pois será preciso acionar as usinas térmicas, que são mais caras e poluentes. 

Nesse caso, os consumidores podem ter prejuízos se não tiverem contratado a sua demanda de energia com antecedência e com um preço fixo. Outra desvantagem do mercado livre é a complexidade. Os consumidores devem cumprir uma série de requisitos e regras para migrar e operar nesse ambiente, o que exige conhecimento técnico e gerencial. Mas também podem contar com as facilidades oferecidas por uma comercializadora varejista.

Portanto, como vimos nesse artigo, o mercado livre de energia é um mercado que tem seus prós e contras e sua empresa precisa analisar esses fatores antes de tomar a decisão de aderir a esse novo modelo de consumo de energia elétrica.

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Engenheiro Eletricista com especialização em energia solar. Possui experiência de 3 anos com vendas, dimensionamento e monitoramento de sistemas fotovoltaicos. Com o aprimoramento e estudo diário, auxilia o time do Luvik no desenvolvimento de novas funcionalides e criação de conteúdos que auxiliam o integrador a gerar mais valor aos seus clientes.

2 Comments

  1. Hilton Ferreira Magalhães Reply

    Prezados, já tive oportunidade de comentar que a solução ideal para quem tenha recursos financeiros é a opção pela instalação prrópria de geração de energia renovável. As perspedtivas de economia são bens mais vantajosas, pois oferece possibilidade de uma TIR (taxa interna se retorno) oscila acima de 100%, como já participei de um com 150%; payback de 1 ano e 7 meses. Além do que, como salientdo, tem que montar uma estrutura para o gerenciameto do pacote de energia adquirido no mercado livre. Deixo de ser cativo, portanto, há os riscos inerentes a flutuação do mercado no que tange às variáveis sem controle do adquirente de energia, como também apontado. O que é certo também que a geração própria está blindada, sobretudo, a famigerada inflação elétrica. Engenheiro; professor; mestre em ciências de engenharia elétrica-COPPE/UFRJ; projetista em eficiência energética; geração solar e estação de carregamento de veículos elétricos, com a alternativa do uso de carpot com geração solar.

    • Eduardo Bahia Reply

      Olá, Hilton! Tudo bem?

      Agradecemos o seu comentário.
      O Mercado Livre de Energia surge como uma alternativa, principalmente quando ainda não é o momento ideal para o cliente investir na geração própria, por falta de financiamento ou outros recursos.

      Um forte abraço!

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