O ano de 2025 começou como um novo e agitado capítulo na história do setor elétrico brasileiro.

Com o mercado de alta tensão já operando em plena liberdade há um ano e meio e a Geração Distribuída (GD) consolidada como uma força transformadora, os primeiros seis meses do ano foram desafiadores.

De um lado, a Geração Distribuída seguiu se expandindo, mesmo com os desafios da maturidade. Do outro, o Mercado Livre de Energia (ACL) viu suas portas se abrirem para milhares de novos consumidores, transformando a maneira como as empresas compram energia.

Este artigo é um “resumo” do primeiro semestre de 2025, trazendo os dados e acontecimentos de forma clara para mostrar o que realmente importa para você, integrador, engenheiro ou empreendedor do setor.

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A Geração Distribuída atinge a maturidade (e seus desafios também)

Segundo dados da ABSOLAR, a energia solar, que já representa 99,31% de todas as conexões de GD no país, continuou em crescimento.

No primeiro semestre, o Brasil adicionou impressionantes 5,25 GW de potência solar, ultrapassando a marca de 5,3 milhões de unidades consumidoras que já recebem créditos de energia da GD. A potência instalada total em GD solar já beira os 40 GW.

O ranking estadual mostra a força do movimento: São Paulo lidera com 5.729,5 MW (14,3% do total), seguido por Minas Gerais com 4.838,8 MW (12,3%) e Paraná com 3.600,1 MW (8,5%).

Essa expansão robusta continua atraindo capital, com projeções de mais de R$ 39,4 bilhões em investimentos para 2025.

Esse crescimento, no entanto, trouxe consigo os “desafios da maturidade”. O primeiro deles é o “pedágio do sol”, que entrou em uma nova fase. Conforme a Lei 14.300/2022, desde janeiro, novos projetos de GD (enquadrados como GD II) passaram a pagar 45% da componente TUSD Fio B sobre a energia injetada na rede.

Embora a viabilidade econômica dos projetos permaneça altamente atrativa, essa regra exige do integrador um cálculo de payback mais sofisticado e personalizado para cada cliente.

O segundo grande desafio, consequência direta do sucesso da GD, é a inversão de fluxo. Com tantas usinas injetando energia na rede, as negativas de conexão por parte das distribuidoras se tornaram um ponto crítico de atrito, gerando debates acalorados e exigindo soluções de engenharia cada vez mais avançadas por parte dos integradores.

Infográfico sobre energia solar no Brasil. Fonte: ABSOLAR, 2025.

O Mercado Livre para o Grupo A: a realidade um ano e meio depois

Enquanto a GD amadurecia, o Mercado Livre de Energia (ACL) vivia seu próprio “boom”. A abertura para todos os consumidores do Grupo A, iniciada em janeiro de 2024, consolidou-se como um movimento massivo em 2025. Os números são impressionantes:

  • O total de unidades consumidoras no ACL ultrapassou a marca de 76 mil em maio de 2025, um salto de 62% em apenas 12 meses.
  • Apenas nos cinco primeiros meses de 2025, quase 12 mil novos consumidores migraram para o ambiente livre.
  • A demanda é tão forte que, até maio, mais de 16 mil consumidores já haviam comunicado às distribuidoras sua decisão de migrar ainda em 2025.

O impacto é estrutural: em maio, o consumo no ACL já representava 43% de toda a eletricidade consumida no país. E o principal atrativo continua sendo a economia. 

Em maio de 2025, a diferença entre o preço médio da energia no mercado livre (R$ 192/MWh) e a tarifa média das distribuidoras (R$ 354/MWh) gerou uma economia de 46% no custo da energia para quem migrou.

Esse crescimento acelerado, especialmente entre pequenas e médias empresas, só foi possível graças à consolidação da figura do comercializador varejista

Ele atua como um representante do consumidor na CCEE, simplificando radicalmente o processo de migração e assumindo toda a complexidade burocrática. O resultado é claro: em maio de 2025, o número de unidades consumidoras atendidas por varejistas já alcançava 32.627, um crescimento de 256% em apenas um ano.

Boletim da energia livre de julho de 2025. Fonte: ABRACEEL, 2025.

A grande convergência: onde a GD e o Mercado Livre se encontram

Aqui, a história do primeiro semestre de 2025 atinge seu ponto alto. Os integradores mais estratégicos perceberam que o jogo não é mais “GD ou Mercado Livre de Energia”. 

Para grande parte dos clientes do Grupo A, a melhor solução passou a ser “GD e Mercado Livre de Energia”.

Imagine um cliente típico, como um supermercado ou uma pequena indústria. Ao migrar para o ACL, ele já garante uma economia substancial na compra da energia (o kWh). 

Em seguida, ao instalar um sistema de GD fotovoltaica, ele passa a gerar sua própria energia para abater boa parte da TE (Tarifa de Energia) que seria necessária e a TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição), o famoso “fio”. 

Para o integrador, isso significa uma nova e sofisticada proposta de valor. O profissional deixa de ser um  “instalador de painéis” e se torna um verdadeiro “consultor estratégico”, capaz de oferecer uma solução completa que otimiza todos os aspectos da conta de luz do cliente.

Conclusão

O primeiro semestre de 2025 contou uma história clara: o setor elétrico brasileiro se tornou mais complexo, competitivo e cheio de oportunidades. A Geração Distribuída, apesar dos novos desafios, provou sua resiliência e continua sendo um investimento de altíssimo retorno.

Já o Mercado Livre se consolidou como a principal via para a redução de custos para empresas de todos os portes.

O grande protagonista desta nova fase é o profissional que domina os dois universos. Afinal, o jogo realmente virou, e para quem está preparado, as oportunidades são imensas.

E você, o que mais te chamou a atenção no setor elétrico neste primeiro semestre de 2025? Qual desafio ou oportunidade tem impactado mais o seu negócio? Compartilhe sua experiência e sua visão nos comentários!

Author

Engenheiro Eletricista com especialização em energia solar. Possui experiência de 3 anos com vendas, dimensionamento e monitoramento de sistemas fotovoltaicos. Com o aprimoramento e estudo diário, auxilia o time do Luvik no desenvolvimento de novas funcionalidades e na criação de conteúdos que auxiliam o integrador a gerar mais valor aos seus clientes.

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