Compreender o fator de simultaneidade é, de fato, fundamental para a otimização de qualquer projeto fotovoltaico, seja ele on-grid ou grid zero.

Vamos detalhar neste artigo, como ele impacta o retorno do investimento e como essa análise é essencial em ambos os cenários.

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O que é fator de simultaneidade?

O fator de simultaneidade refere-se à porção da energia gerada pelo sistema fotovoltaico que é consumida instantaneamente pela unidade consumidora, sem ser injetada na rede da distribuidora.

Trata-se da energia que é consumida no exato momento em que é produzida pelo sistema fotovoltaico, ou seja, aquela parcela da geração que não transita pelo medidor bidirecional da concessionária.

Quando o sistema gera energia durante o dia e há consumo na unidade consumidora, a usina atende primeiramente a essa demanda interna.

O excedente da geração, que não é consumido instantaneamente, é então “emprestado” à concessionária e compensado posteriormente no mesmo local ou em outra unidade consumidora de mesma titularidade.

Para ilustrar, considere o seguinte exemplo: se um sistema fotovoltaico gera 500 kWh em um mês, mas o medidor bidirecional registra uma injeção de apenas 300 kWh na rede, os 200 kWh restantes foram consumidos localmente antes de chegarem ao medidor. Essa parcela de 200 kWh representa o consumo simultâneo.

A importância do fator de simultaneidade foi ainda mais evidenciada após a publicação da Lei nº 14.300/2022, que estabeleceu novas regras para a micro e minigeração distribuída.

Esse fator impacta diretamente a cobrança de determinadas taxas e impostos, como a referente ao Fio B, tornando a otimização desse consumo interno financeiramente vantajosa.

Identificando o fator de simultaneidade através da curva de carga

Uma das maneiras de se conhecer o fator de simultaneidade, é identificando a curva de carga do cliente. Ela representa o perfil de consumo elétrico do consumidor, ilustrando o modo como a energia é demandada e consumida ao longo do tempo.

Em termos práticos, a curva de carga detalha a demanda de energia ao longo do dia em diferentes horários, distinguindo entre dias úteis, sábados, domingos ou feriados.

É possível obter a curva de carga através de medição local, com analisadores de energia específicos para unidades consumidoras do Grupo A e B, ou solicitando a memória de massa para a distribuidora em caso de unidades com medição do Grupo A, A4 Verde e Azul e unidades B Optante.

O conhecimento preciso da curva de carga é de suma importância, pois permite um dimensionamento otimizado, alinhando a curva de geração da usina fotovoltaica ao máximo com o perfil de consumo do cliente. Isso minimiza as perdas de potencial energético — evitando o “curtailment” (quando a geração é limitada porque excede o consumo instantâneo em projetos grid zero) e maximiza o aproveitamento energético do projeto.

Como o fator de simultaneidade impacta o retorno do investimento?

Desde a publicação da Lei nº 14.300/2022, que estabeleceu novas regras para a micro e minigeração de energia, a energia gerada e consumida simultaneamente não sofre a cobrança do custo de transporte (Fio B) no caso de projetos de GD II, nem de outras taxas e impostos em projetos de GD III.

Esta taxa é referente ao uso da infraestrutura da distribuidora para injeção de energia na rede. Assim, quanto maior o fator de simultaneidade, menor a energia injetada na rede e, consequentemente, menor a base para a cobrança dos custos de transporte, impactando positivamente a economia financeira do projeto.

Outro ponto importante é que, em projetos grid zero, onde a injeção de excedentes na rede é evitada, o fator de simultaneidade é o principal determinante do aproveitamento energético da usina e, por consequência, da economia financeira obtida.

Cada kWh consumido simultaneamente é um kWh que o cliente deixa de comprar da distribuidora. Esse fator é o que proporciona o retorno sobre o investimento, inclusive para projetos no mercado livre de energia.

Por que o fator de simultaneidade é importante para projetos on-grid e grid zero?

A precisão na definição do fator de simultaneidade é importante para ambos os tipos de projeto, garantindo estimativas de geração e retorno de investimento mais confiáveis.

Para projetos on-grid:

Para sistemas conectados na rede, é essencial conhecer a simultaneidade para dimensionar corretamente o sistema, considerando o quanto de energia será auto consumida versus o quanto será injetado.

Esta distinção afeta diretamente a economia de Fio B e a gestão dos créditos de energia.

A Lei nº 14.300/2022 trouxe o fator de simultaneidade para o centro das atenções, pois ele influencia diretamente o valor da compensação de créditos e os custos de utilização da rede. Compreender este equilíbrio é vital para apresentar uma proposta comercial assertiva e um payback realista.

Para projetos grid zero:

Nestes projetos, conhecer essa informação é um ponto é absolutamente crítico, pois a meta principal de um sistema grid zero é maximizar o autoconsumo e evitar qualquer injeção de energia na rede.

Qualquer energia gerada que não seja consumida instantaneamente pela carga da instalação é perdida (curtailment) e não contribui para a economia financeira.

Nesses sistemas, um dimensionamento preciso do fator de simultaneidade, baseado na curva de carga do cliente, é o que garante o aproveitamento máximo da energia gerada e, consequentemente, a economia financeira obtida. 

A análise do perfil de consumo permite estipular um fator preciso, alinhando a capacidade de geração às necessidades reais para otimizar o retorno.

Como integradores podem otimizar seus projetos

Para garantir que as estimativas de geração e retorno de investimento sejam mais precisas, algumas ferramentas, como o Luvik, consideram o fator de simultaneidade no dimensionamento do negócio.

Por padrão, o Luvik oferece um percentual de simultaneidade estimado para cada tipo de instalação (comercial, industrial, residencial ou rural), que pode ser ajustado individualmente em cada projeto.

É imprescindível que o engenheiro ou projetista tenha conhecimento da curva de carga do cliente para definir corretamente a simultaneidade, garantindo a exatidão dos resultados da simulação. Isso é um diferencial competitivo na elaboração de propostas e no sucesso dos projetos.

Utilizando a tabela “Valide a Geração” do Luvik, você poderá ter uma visão estimada do seu projeto fotovoltaico, seja ele on-grid ou grid zero, podendo simular vários cenários antes de gerar a proposta, e assim obter o melhor resultado energético e financeiro para o seu cliente.

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Author

Engenheiro Eletricista com especialização em energia solar. Possui experiência de 3 anos com vendas, dimensionamento e monitoramento de sistemas fotovoltaicos. Com o aprimoramento e estudo diário, auxilia o time do Luvik no desenvolvimento de novas funcionalidades e na criação de conteúdos que auxiliam o integrador a gerar mais valor aos seus clientes.

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